quarta-feira, 4 de maio de 2011

Doença no eucalipto é encontrada pela primeira vez na Baixada Cuiabana

Foi encontrada pela primeira vez, na Baixada Cuiabana, uma bactéria que ataca as mudas de Eucalipto da espécie Eucalyptus urograndis em um viveiro localizado na estrada velha do Distrito da Guia.


Isabel Cristina Padula Paz/ UFRGS

Os pesquisadores da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), Napoleão Silvino de Souza e Eliazel Vieira Rondon detectaram a doença Xanthomonas sp. que causa mancha angular nas folhas e pode determinar a morte da planta. A pesquisa agora é para recomendar o controle da doença e evitar a proliferação da bactéria.
No Estado o plantio de eucalipto chega a aproximadamente 50 mil hectares. Originário da Austrália, o eucalipto é utilizado para reflorestamento de áreas degradadas, produção de carvão, energia e outros. A produção é de 35 metros cúbicos por hectare ao ano, considerada baixa em relação ao Estado de Minas Gerais, que produz até 60 metros por hectare/ano. Napoleão relata que para combater a bactéria é necessário usar variedades resistentes.
Ele explica que pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) detectaram em 2010, a ocorrência de mancha foliar bacteriana em plantios comerciais de eucalipto com menos de um ano de idade, no município de Sinop (500 km ao Norte de Cuiabá). Constatou-se nas folhas da parte baixa da copa algumas manchas úmidas, angulares e translúcidas, posteriormente necróticas, com deformação do limbo foliar. Segundo Napoleão, nos testes bioquímicos já realizados pelo Instituto Biológico de São Paulo permitiu confirmar que se trata de Xanthomonas axonopodis.
A bactéria já foi registrada em outros oito Estados, existindo indicações que essa doença esteja presente nas principais regiões com plantios de eucaliptos no Brasil. O pesquisador Eliazel comenta que é comum encontrar as seguintes doenças, gomose, cancro e pau preto. A planta é vulnerável aos fungos que danificam o tronco do eucalipto. Conforme Eliazel, o híbrido urograndis é o mais plantado no Brasil. “Em alguns Estados estão cultivando mudas livres de doenças, produzidas em laboratórios de alta qualidade”, destaca Rondon.
As mudas foram coletadas e encaminhadas para o laboratório da Empaer, em Várzea Grande. Segundo Silvino, será feito as análises nas mudas para verificar a incidência do ataque e em 15 dias, espera apresentar o método de controle da doença. “É importante alertar os viveiristas e produtores para minimizar os prejuízos causados pela bactéria”, ressalta Napoleão. 



Fonte: Agroline


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