quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Hemisfério Sul será o principal fornecedor de celulose mundial


O que mais se falou durante o V Congresso Latino-Americano das Perspectivas do Setor de Celulose e Papel, realizado nessa segunda e terça-feira (22 e 23), em São Paulo, foram as questões sócio-ambientais e seus investimentos.

O executivo da Mckinsey & Companny, Andréas Mirow, afirmou que cada vez mais o mundo vai receber celulose do Hemisfério Sul que foi responsável, somente em 2009, por 36% de toda a demanda.


De acordo com o executivo, há uma forte tendência hoje no que se refere à fibra de madeira. Ela está se tornando cada vez mais cara, principalmente na Europa Ocidental, pois os países não serão capazes de atender suas necessidades e atingir suas metas de energia renováveis se não investir em biomassa. “Isso possivelmente terá um aumento de preços”, disse. Na América do Norte, o cenário é bastante similar, mas é um grande fornecedor para a Europa de bionergia.


Já a China, que apresenta um custo muito alto da madeira, na perspectiva de Mirow, não será capaz de apresentar grandes evoluções. “É mais barato comprar celulose de outros países do que investir em florestas plantadas”, avaliou.


Por outro lado, a América do Sul tem todas as condições para ser o local de escolha para investimento de celuloses, que hoje apresenta grandes perspectivas de crescimento. “O crescimento está mesmo no hemisfério sul, pois temos a biomassa para a renovação de energia renovável”, alertou.


Pesquisas têm mostrado que metade do mundo irá crescer e a outra metade ficará estável, mas com o crescimento da mídia eletrônica poderá haver um impacto no consumo de papel. “Naturalmente, iremos ver uma consequência do aumento da produção de celulose e uma queda no fornecimento de papel”. Esse cenário poderá gerar boas oportunidades no hemisfério sul, pois haverá um aumento de custo. “Há grandes oportunidades para a América Latina, mas se o tempo for correto, ou seja, se as empresas investirem ao mesmo tempo”, mostrou Mirow.



A presidente da Bracelpa (Associação Brasileira de Celulose e papel) Elizabeth de Carvalhaes, também fez um alerta quanto às questões sociais e ambientais do País, principalmente neste momento pós-crise. “Passamos razoavelmente pela crise. O Brasil foi um dos únicos países que cresceu em volume de produção de papel e celulose nesta fase”, disse.


Já na questão ambiental, a China agride a atmosfera com milhões de dióxido de carbono. Para se ter uma noção dos prejuízos que um dos países mais desenvolvidos causa no mundo, para ele crescer 10%%, são necessários investimentos bilionários da economia mundial. O lado positivo é que o Brasil tem a celulose mais sustentável do mundo. “O Brasil vai crescer por mérito próprio e por problemas no mundo”, destacou Elizabeth.


Mesmo a indústria de papel se globalizando e se modernizando, os investimentos em sustentabilidade é um proeminente investidor do futuro. “O Brasil terá uma produção industrial mais sustentável do mundo”, mostra Elizabeth. Segundo ela, o Brasil vai dobrar sua base florestal, tanto para a produção de Celulose e Papel, quanto na produção de carvão e madeira. A média de crescimento é saltar de 6,5 milhões de toneladas para 13 milhões. “O foco do Brasil é ultrapassar a produção da China em celulose”, adiantou ela traçando um cenário bastante promissor graças as suas florestas mais produtivas do mundo e sua grande absorção de carbono. “A credibilidade é o pilar de todo o século 21”, destacou a presidente.
Fonte: Painel Florestal (Com informações da Assessoria)

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Ruralistas entram no STF com ação de inconstitucionalidade do Código Florestal


A Sociedade Rural Brasileira (SRB) entrou no Supremo Tribunal Federal (STF) com Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) na qual pede uma interpretação dos artigos 16 e 44 do Código Florestal Brasileiro.


A SRB avalia que os artigos, que estabelecem as dimensões das áreas de reserva legal nas propriedades e definem como elas devem ser protegidas ou recompostas, contrariam a Constituição.


A SRB sustenta que um dos princípios da Constituição, o que proíbe a retroatividade de novas leis, não seria obedecido no Código Florestal, de 1965, e suas alterações posteriores, em 1989 e 2001. A entidade pretende que o STF evite punições aos produtores que cumpriam o determinado até as datas de mudanças. "Não queremos anistia, mas que o Supremo interprete o que a Constituição determina e nos deixe produzir", disse à Agência Estado o presidente da SRB, Cesário Ramalho.


A SRB defende que desmatamentos dentro dos percentuais autorizados por lei até cada uma das fases de implantação de novas regras sejam considerados legais. Não é o que entende, por exemplo, o Ministério Público, que cobra a recomposição para os atuais porcentuais de reserva para áreas desmatadas antes de 2001. "Tenho uma fazenda no Triângulo Mineiro que existe há 100 anos, já está consolidada e agora exigem uma averbação da reserva legal seguindo os porcentuais pós 2001", criticou Ramalho.


Segundo a SRB, "reflorestar áreas há muito tempo desmatadas e hoje consolidadas pelo uso agrícola é reescrever a história da povoação do território brasileiro, contrariando não só preceitos jurídicos, mas também o bom senso que se deveria exigir de qualquer agente público", informa a entidade em nota.


"Assim, com as leis vigentes à época da supressão das matas sistematicamente ignoradas, os produtores e proprietários rurais vem sendo injustamente condenados a recompor florestas que foram suprimidas sob o amparo da lei e, até, com incentivos do Estado. É o equivalente a se condenar um proprietário hoje a demolir um prédio construído há séculos porque mudaram as disposições do zoneamento urbano", completa a SRB.


A entidade pede, ainda, ao STF, se julgar procedente a Adin, a punição daqueles que desmataram florestas ilegalmente após 2001. "Será reconhecida, no entanto, a legalidade da supressão da vegetação nativa conforme a lei vigente à época do fato, o que é imperativo de Justiça e de respeito aos princípios democráticos fundamentais da Constituição Federal Brasileira", conclui a SRB.


Código

Entre 1965 e 1989, o Código Florestal permitia o corte de até 80% da área de floresta de um imóvel rural, exceto em áreas na Amazônia Legal. O cálculo era feito sobre a vegetação nativa existente no imóvel em 1965 e não sobre a área total do imóvel. Até 1989, não existiam ainda restrições para a ocupação de áreas de Cerrado, Caatinga e Campos.


Com alterações na lei, em 1989 o Cerrado foi incluído no Código Florestal como área com restrições à supressão da vegetação. A partir daquele ano, a remoção de mais de 80% da vegetação de Cerrado em cada propriedade rural foi proibida. Em 2001, as mesmas restrições passaram a vigorar para outros biomas.
Fonte: Hoje em Dia – Adaptado por Painel Florestal

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Fabricantes da pasta de papel sofrem impactos negativos com redução de preço oferecida pela CMPC

Os analistas do BPI Equity Research (Banco Português de Investimentos) atribuem um impacto "negativo" à decisão da fabricante chilena de papel e celulose CMPC de reduzir o preço da pasta do papel em US$ 50 passando a operar a US$ 750 por tonelada na China e nos outros mercados da região.


Esta redução de preço segue-se à decisão da Fibria, que disse manter os preços inalterados em novembro e sinaliza que a procura não é tão elevada mediante à oferta como era previsto pelos analistas.


"Acreditamos que isto prova que as condições do mercado de pasta do papel não são tão apertadas quanto pensávamos, apesar das fortes entregas de pasta do mês passado", diz a nota de investimento do BPI, publicada no Iberian Daily desta manhã.


"Entretanto sublinhamos que o desequilíbrio do mercado de pasta do papel na Ásia também deverá se espalhar a outras regiões", referem os analistas recordando o desempenho dos preços da pasta em Agosto.


No último verão a queda de 50 dólares no preço da pasta do papel, na Europa, foi precedida de vários cortes do preço na Ásia, recordam o banco de investimento.


O negócio de produção de pasta do papel tem uma ponderação de 94% na avaliação da Altri e de 12% nas receitas da Portucel, que por sua vez representa 88% da avaliação do seu carro chefe, a Semapa (empresa portuguesa que opera essencialmente em três sectores: pasta e papel; cimento; e geração de energia a partir de fontes renováveis)




Referências




A recomendação do banco é de "manter" os títulos da Altri, que avalia em 4,10 euros e de "comprar" tanto para a Semapa, cujo valor estima em 11,90 euros, como para a Portucel, à qual atribui um preço-alvo de 3,00 euros.


Na sessão de hoje, a Altri recua 1,22% para 3,632 euros e a Semapa desvaloriza 0,21% para 8,182 euros, enquanto a Portucel progride 0,04% para 2,43 euros.
Fonte: Cidade Verde

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Encontro presencial propicia aos alunos conhecerem atividades da SANEPAR e UFPR referentes a aproveitamento de resíduos e recuperação de áreas degradadas.

O 2º Encontro Presencial da turma 2010 do  Curso de Pós-graduação em Economia e Meio Ambiente da UFPR proporcionou visita técnica a campo aos alunos participantes.

Elas aconteceram nas dependências da  SANEPAR - Companhia de Saneamento do Paraná e  da estação experimental do Canguiri - da UFPR e foram orientadas  pelo professor do curso Charles Cordeiro, técnico da SANEPAR, consultor da área e professor do curso.

Na parte da manhã foi visitada a Estação de Tratamento de Esgotos Padilha Sul  e os alunos tiveram a oportunidade de conhecer as pesquisas realizadas pela SANEPAR para reaproveitamento de lodo e captura de biogás para geração de energia.

No período da tarde, as visitas ocorreram nos reservatórios da SANEPAR, em  Piraquara, aonde os alunos foram conheceram projetos de recuperação de áreas degradadas. As visitas técnicas foram finalizadas na Estação Experimental Canguiri, da UFPR, onde tiveram a oportunidade de ter contato com as áreas de reflorestamento da instituição.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Ambiente de Produção Florestal foi tema de palestra do Tocantins Florestal

O Ambiente de Produção Florestal e o planejamento da terra foram temas da palestra do engenheiro agrônomo, Paulo Pessoti na tarde de ontem (8) no 1º Tocantins Florestal, que teve o Theatro Fernanda Montenegro lotado com mais de 400 congressistas.

O engenheiro começa a apresentação dizendo que o planejamento das ações das atividades silviculturais é que determinarão a qualidade da produção de cada área.

“Um ambiente de produção florestal possui três componentes básicos: solo, clima e a planta”, explica Pessoti. Ele ainda fala que o relevo da área, a textura do solo, a fertilidade natural e a drenagem do solo são características fundamentais que vão garantir a produção.

De acordo com o palestrante, a classe textural do solo influencia diretamente a capacidade de armazenamento da água. As florestas exigem água disponível durante todo o ano. Este fator é de extrema importância na escolha da área para uma floresta plantada.

“A drenagem é fundamental, já que as florestas com culturas anuais têm capacidade de armazenamento saudável de apenas de 100 ml de água. Solos profundos e plantas são os fatores para contornar o excesso da água, já que as plantas possuem alta capacidade auto-sintética e grande eficiência no uso dos nutrientes, principalmente em região de cerrado onde o solo é pobre neste elemento.

O clima, o solo e o material genético que vão definir o ambiente e garantir a qualidade de desenvolvimento da capacidade de produção florestal.

Fonte: Painel Florestal

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Celulose ajuda no crescimento das exportações do Brasil


As cifras das exportações brasileiras somaram US$ 18,833 bilhões no mês de outubro, com acréscimo de 37,1% em relação ao mesmo período do ano passado, e pela primeira vez em 2010 as exportações superaram as importações.


As importações tiveram um acréscimo de 35,9% em igual base de comparação, de acordo com o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Welber Barral.


As vendas externas também cresceram 2,5%, comparado a setembro, enquanto as importações foram 2,2% menores. Mas, segundo e secretário, essa movimentação não pode ser tomada como tendência no comércio internacional. O melhor desempenho das vendas externas deriva, principalmente, do aumento de 58% nos preços de produtos básicos como o minério de ferro, a celulose, o milho, o açúcar e o farelo de soja, entre outros.


Em contrapartida, as importações foram mais concentradas em setembro, com vistas a abastecer o mercado doméstico com produtos típicos de fim de ano, de acordo com Barral. Mas destacou que as compras externas continuam altas, em especial no que se refere a bens de capital (máquinas industriais, veículos, tratores etc.) que cresceram 37,2% em relação a outubro de 2009, mas tiveram diminuição de 10,4%, comparado a setembro.


Barral acredita, no entanto, que “deve ocorrer uma pequena acomodação das exportações” nos dois últimos meses do ano, o que normalmente tem acontecido em anos anteriores. Ressaltou, porém, que “é preciso aumentar a competitividade das vendas brasileiras para o mercado externo, começando pela redução da sobrecarga de fretes e da carga tributária, além de resolver desequilíbrios cambiais.


O secretário não revelou o nome, mas afirmou que uma empresa francesa, instalada no Paraná, que exportava parte de sua produção no Brasil para a Argentina, agora exporta diretamente da França para o mercado argentino, porque os custos de movimentação de carga são menos onerosos, apesar da distância.


“Temos que corrigir todas as possíveis distorções que prejudiquem a competitividade da produção brasileira lá fora”, disse. E uma das questões mais sérias no momento, acrescentou, é o dumping cambial (negociação com preços abaixo do custo) que “tem distorcido preços no mundo inteiro”, e nesse contexto, a reunião de cúpula do G20, na Coréia do Sul, semana que vem, “será de fundamental importância”. Segundo Barral, precisamos “aumentar a efetividade do combate à concorrência desleal, em razão de práticas irregulares”.


Fonte: Agência Brasil – Adaptado por Painel Florestal