quarta-feira, 18 de maio de 2011

Cresce a área de florestas de SC

Estudo aponta que Estado tem 36% de cobertura e 2,3 mil espécies de plantas, algumas das quais estão em risco de extinção

A cobertura florestal do Estado está maior, porém pobre e com espécies em risco de desaparecer em breve. Estas foram as principais conclusões do Inventário Florístico-Florestal de SC, o primeiro Estado a contar com um estudo como este.

O trabalho de quatro anos envolveu professores e alunos dos cursos de Engenharia Florestal e Ciências Biológicas da Fundação Universidade Regional de Blumenau (Furb), em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri).

Foram levantados os dados – como diâmetro, altura, genética e forma – de cerca de 250 mil amostras de plantas da mata nativa. Os resultados foram divulgados na última semana, em Blumenau, no 2º Seminário sobre Inventário Florestal.

A radiografia mostra que apenas 5% da floresta é original. A maioria dos remanescentes, cerca de 95%, é constituída por florestas secundárias, com árvores de espécies pioneiras, jovens e de troncos finos. Elas têm baixo estoque de madeira e de biomassa e um número reduzido de espécies arbóreas e arbustivas diferentes.

– Nossas florestas são jovens, de pouca altura e, em boa parte, as espécies não têm mais de 30 anos. Porém, temos que comemorar que ainda temos uma floresta – explica a pesquisadora Lúcia Sevegnani, integrante da equipe científica do inventário, que concluiu que a floresta do Parque Nacional da Serra do Itajaí é a de melhor qualidade no Estado, com árvores mais densas e originais.

A boa notícia, e dado novo, é que SC tem 36% de cobertura florestal – e não 23%, como se acreditava – e 2,3 mil espécies de plantas, número preocupante para um Estado que já teve 7 mil. Um terço dessas plantas tem menos de 10 unidades.

As informações servirão para estabelecer prioridades e definir ações de recuperação e recomposição de sistemas florestais degradados.

– Para termos uma floresta de maior qualidade, é preciso parar com a exploração que ainda existe hoje. Deveria haver um trabalho de apoio aos agricultores – aponta Sevegnani.

Ela lembra que os problemas climáticos tendem a aumentar com a falta de uma floresta forte:

– Em áreas montanhosas, ficamos sujeitos a queda de encostas. O vento é diferente na floresta e nas áreas abertas. A floresta afeta a dinâmica da água do solo, e alguns lugares sofrem com o excesso ou a falta dela.



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