quarta-feira, 25 de maio de 2011

Câmara aprova novo Código Florestal


BRASÍLIA (Reuters) - A Câmara dos Deputados aprovou por ampla maioria na terça-feira o texto que altera o Código Florestal, depois de intensas negociações entre o relator, deputado Aldo Rebelo (PCdoB), o governo e parlamentares.

O texto básico foi aprovado por 410 votos a favor, 63 contrários e uma abstenção. O relatório de Rebelo mantém as exigências de Reserva Legal (porção de mata nativa que varia de 20 a 80 por cento da propriedade) e também as faixas de matas que devem ser preservadas ao longo de cursos d'água - as Áreas de Preservação Permanente (APPs) em beiras de rios.

Isenta, no entanto, pequenas propriedades, de até 4 módulos fiscais (medida que varia de 20 a 400 hectares), a recuperar a Reserva Legal.

Os deputados ainda devem votar em separado uma emenda do PMDB acertada na semana passada entre líderes da base e da oposição, com exceção do PV, do PT e do PSOL.

A emenda contraria a posição defendida pelo Planalto em relação à atualização do código. Dentre outras medidas, retira do Executivo federal a exclusividade de regularizar ocupações em APPs em beiras de rios.

Também amplia os tipos de atividades admitidos nessas regiões e permite ocupações em APPs que tenham ocorrido até julho de 2008.

"O problema da emenda não é só conceder aos Estados poder para legislar sobre meio ambiente, ela também abre brecha para consolidar todas as áreas desmatadas irregularmente, o que significa anistia para os desmatadores", afirmou o líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (SP), antes de ser iniciada a votação.

Depois da tramitação na Câmara, o texto será encaminhado ao Senado. Se for modificado pelos senadores, volta à Câmara. Se aprovado, segue para sanção presidencial.

Segundo Vaccarezza, a presidente Dilma Rousseff irá vetar qualquer artigo ou item que anistie desmatamento ou regulariza de forma genérica propriedades com áreas degradadas.

(Reportagem de Jeferson Ribeiro e Maria Carolina Marcello)

Fonte: Reuters

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Cresce a área de florestas de SC

Estudo aponta que Estado tem 36% de cobertura e 2,3 mil espécies de plantas, algumas das quais estão em risco de extinção

A cobertura florestal do Estado está maior, porém pobre e com espécies em risco de desaparecer em breve. Estas foram as principais conclusões do Inventário Florístico-Florestal de SC, o primeiro Estado a contar com um estudo como este.

O trabalho de quatro anos envolveu professores e alunos dos cursos de Engenharia Florestal e Ciências Biológicas da Fundação Universidade Regional de Blumenau (Furb), em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri).

Foram levantados os dados – como diâmetro, altura, genética e forma – de cerca de 250 mil amostras de plantas da mata nativa. Os resultados foram divulgados na última semana, em Blumenau, no 2º Seminário sobre Inventário Florestal.

A radiografia mostra que apenas 5% da floresta é original. A maioria dos remanescentes, cerca de 95%, é constituída por florestas secundárias, com árvores de espécies pioneiras, jovens e de troncos finos. Elas têm baixo estoque de madeira e de biomassa e um número reduzido de espécies arbóreas e arbustivas diferentes.

– Nossas florestas são jovens, de pouca altura e, em boa parte, as espécies não têm mais de 30 anos. Porém, temos que comemorar que ainda temos uma floresta – explica a pesquisadora Lúcia Sevegnani, integrante da equipe científica do inventário, que concluiu que a floresta do Parque Nacional da Serra do Itajaí é a de melhor qualidade no Estado, com árvores mais densas e originais.

A boa notícia, e dado novo, é que SC tem 36% de cobertura florestal – e não 23%, como se acreditava – e 2,3 mil espécies de plantas, número preocupante para um Estado que já teve 7 mil. Um terço dessas plantas tem menos de 10 unidades.

As informações servirão para estabelecer prioridades e definir ações de recuperação e recomposição de sistemas florestais degradados.

– Para termos uma floresta de maior qualidade, é preciso parar com a exploração que ainda existe hoje. Deveria haver um trabalho de apoio aos agricultores – aponta Sevegnani.

Ela lembra que os problemas climáticos tendem a aumentar com a falta de uma floresta forte:

– Em áreas montanhosas, ficamos sujeitos a queda de encostas. O vento é diferente na floresta e nas áreas abertas. A floresta afeta a dinâmica da água do solo, e alguns lugares sofrem com o excesso ou a falta dela.



quarta-feira, 11 de maio de 2011

Expoforest apresenta o crescimento da silvicultura na economia

Tecnologia das máquinas expostas demostra o quanto o setor florestal está evoluído


A maior feira do setor florestal do Brasil, a Expoforest que aconteceu numa área de plantio de quase 120 hectares e foi uma demonstração do crescimento da silvicultura na economia.
As máquinas expostas no evento possuem alta tecnologia. Uma delas possui cabine com muito conforto, ar condicionado, computador de bordo e se nivela de acordo com o terreno. Possui grande desempenho no trabalho, dispondo da possibilidade e de manusear eucaliptos de 30 metros agilmente. Além disso, o equipamento pode cortar até 140 arvores em uma hora. E ainda descasca o tronco e tira as folhas.
A tecnologia das máquinas demonstra o quanto o setor florestal está evoluído. E, de certa forma, o quanto representa na economia também. O segmento responde por 4% do PIB no Brasil, emprega mais de 8,5 milhões de pessoas e movimenta, por ano, R$ 43 milhões.
A indústria de papel e celulose absorve a maior parte da produção, cerca de 70% do mercado. Minas Gerais é o Estado que mais tem floresta plantada, mas existem atualmente produtores em todo o Brasil. São mais de seis milhões de hectares no país de floresta plantada. O eucalipto, a árvore mais utilizada no mercado, leva pelo menos sete anos para produzir e é vista como uma poupança.
A feira onde foram feitas as demonstrações de máquinas e onde foram discutidos os rumos do segmento atraiu gente do mundo inteiro para o meio da floresta. Os organizadores dizem que é uma maneira mais real de divulgar o setor.
Além do segmento de papel e celulose, a produção das florestas plantadas no Brasil abastece as indústrias de móveis, de construção civil e até de energia, com a produção de carvão.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Doença no eucalipto é encontrada pela primeira vez na Baixada Cuiabana

Foi encontrada pela primeira vez, na Baixada Cuiabana, uma bactéria que ataca as mudas de Eucalipto da espécie Eucalyptus urograndis em um viveiro localizado na estrada velha do Distrito da Guia.


Isabel Cristina Padula Paz/ UFRGS

Os pesquisadores da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), Napoleão Silvino de Souza e Eliazel Vieira Rondon detectaram a doença Xanthomonas sp. que causa mancha angular nas folhas e pode determinar a morte da planta. A pesquisa agora é para recomendar o controle da doença e evitar a proliferação da bactéria.
No Estado o plantio de eucalipto chega a aproximadamente 50 mil hectares. Originário da Austrália, o eucalipto é utilizado para reflorestamento de áreas degradadas, produção de carvão, energia e outros. A produção é de 35 metros cúbicos por hectare ao ano, considerada baixa em relação ao Estado de Minas Gerais, que produz até 60 metros por hectare/ano. Napoleão relata que para combater a bactéria é necessário usar variedades resistentes.
Ele explica que pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) detectaram em 2010, a ocorrência de mancha foliar bacteriana em plantios comerciais de eucalipto com menos de um ano de idade, no município de Sinop (500 km ao Norte de Cuiabá). Constatou-se nas folhas da parte baixa da copa algumas manchas úmidas, angulares e translúcidas, posteriormente necróticas, com deformação do limbo foliar. Segundo Napoleão, nos testes bioquímicos já realizados pelo Instituto Biológico de São Paulo permitiu confirmar que se trata de Xanthomonas axonopodis.
A bactéria já foi registrada em outros oito Estados, existindo indicações que essa doença esteja presente nas principais regiões com plantios de eucaliptos no Brasil. O pesquisador Eliazel comenta que é comum encontrar as seguintes doenças, gomose, cancro e pau preto. A planta é vulnerável aos fungos que danificam o tronco do eucalipto. Conforme Eliazel, o híbrido urograndis é o mais plantado no Brasil. “Em alguns Estados estão cultivando mudas livres de doenças, produzidas em laboratórios de alta qualidade”, destaca Rondon.
As mudas foram coletadas e encaminhadas para o laboratório da Empaer, em Várzea Grande. Segundo Silvino, será feito as análises nas mudas para verificar a incidência do ataque e em 15 dias, espera apresentar o método de controle da doença. “É importante alertar os viveiristas e produtores para minimizar os prejuízos causados pela bactéria”, ressalta Napoleão. 



Fonte: Agroline